domingo, fevereiro 28, 2010

Nova missão quer fechar acordos com Angola


Valor Econômico 10/11/2009

Em defesa do aumento das relações comerciais entre Brasil e os países do sul da África, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, está em em Luanda com 98 empresários de vários setores. Ele tem reuniões previstas com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e seis ministros.

"A expectativa é muito boa. Nessas missões, a maioria dos empresários tem feito bons negócios e tem obtido bons resultados. Temos uma história de bons negócios com a África", disse o ministro. "Somos mais próximos dos angolanos do que os chineses e americanos Temos um histórico de cooperação, isso é uma vantagem competitiva."

Durante reunião com os empresários ontem, o embaixador do Brasil em Angola, Afonso Cardoso, apelou para que eles não concorram com os chineses nem os americanos em determinados nichos comerciais, mas busquem opções. O diplomata afirmou ainda que o mercado angolano é atraente e aberto, mas que o ideal é buscar aperfeiçoar a mão de obra e respeitar os costumes locais.

Cardoso disse que os angolanos "têm muito orgulho da nação" e destacou que, diferentemente de outros países da África, em Angola não há disputas étnicas. Apenas 4% da população angolana é formada de mestiços e brancos, o restante da população é negra.

"Depois de 41 anos de luta, Angola desfruta da paz e da estabilidade", afirmou o embaixador. " Mas por que os angolanos se acham diferentes? Em primeiro lugar, eles têm a riqueza de que nem todos os países africanos dispõem. E é um país que não tem disputas étnicas. O angolano é profundamente nacionalista."

Com uma economia dominada pela produção de petróleo e diamantes, o governo de Angola tem se dedicado a diversificá-la, estimulando a criação de um fundo de US$ 600 milhões. Segundo o embaixador, a produção de petróleo no país é de cerca de 2 milhões de barris por dia e de mais 10 milhões de quilates por ano de diamantes.

"Esse é um país que tem um projeto de reconstrução nacional, que é ambicioso, e implica fazer muitos investimentos em infraestrutura física e também social", disse Cardoso. "É necessário capacitar gente. Angola tem créditos brasileiros, de 1997 a 2008 há cerca de US$ 3 bilhões concedidos, mas a China já nos ultrapassou."

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